Um retrato do mundo funerário romano no Nordeste Alentejano (Portugal) à luz do contributo de Abel Viana e António Dias de Deus

Auteurs

  • Mónica Silva Rolo Centro de Arqueologia da Universidade de Lisboa

DOI :

https://doi.org/10.21071/aac.v29i0.10993

Mots-clés :

arqueología funeraria, Alentejo (Portugal), ritos, cultura material

Résumé

No presente artigo apresenta-se uma visão geral de um conjunto de espaços funerários explorados, entre as décadas de 40 e 50 do séc. XX, na região do actual Nordeste Alentejano (Portugal). Os trabalhos de escavação ficaram a cargo de um grupo de funcionários da Colónia Correccional de Vila Fernando (Elvas, Portalegre), contando com a colaboração, a partir de 1949, do arqueólogo Abel Viana (1896-1964). Trata-se de uma amostra de 22 arqueossítios com evidências de natureza funerária, de características e cronologias diversas, em contexto rural no território da antiga província da Lusitânia. Documenta-se a prática dos dois ritos funerários – incineração e inumação, nalguns dos espaços de necrópole coexistindo entre si, como, por exemplo, em Torre das Arcas (Elvas, Portalegre). O espólio exumado, vasto e bastante diversificado, aponta para um âmbito cronológico lato, compreendido, entre a II Idade do Ferro (séc.s III/ II a.C.) e a Antiguidade Tardia (séc.s VII/ VIII d.C.). A maioria dos arqueossítios estudados documentam uma continuidade de uso funerário, mais ou menos prolongada, sugerindo a respectiva estabilidade como lugares de memória e de referência na paisagem.

Téléchargements

Les données relatives au téléchargement ne sont pas encore disponibles.

Références

ALARCÃO, A. (1988): “Recensões Bibliográficas”, Conímbriga, XXVII, 205-207.

ALARCÃO, J. de (1984): Sete jarros de vidro romanos, Lucerna, Número Extraordinário, Homenagem a D. Domingos de Pinho Brandão, 173-178.

ALARCÃO, J. de (1988): O Domínio Romano em Portugal, Mem Martins.

ALFAYÉ, S. (2010): “Nails for the dead: a polysemic account of an ancient funerary practice”, in GORDON, R. L.; MARCO, F. (eds.), Magical Practice in the Latin West, Leiden-Boston, 427-456.

ALMEIDA, Mª J. H. de (1999-2000): “Testemunhos da ocupação romana no concelho de Elvas: elementos para a história da Arqueologia regional”, A Cidade, 13-14, 53-76.

ALMEIDA, Mª J. H. de (2000): Ocupação rural romana no actual concelho de Elvas, Dissertação de Mestrado apresentada à Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, Coimbra [policopiado].

AREZES, A. (2010), Elementos de Adorno Altimediévicos em Portugal (Séc.s V a VIII), Dissertação de Mestrado em Arqueologia (2º Ciclo) apresentada à Faculdade de Letras da Universidade do Porto.

AREZES, A. (2014): Ocupação “Germânica” na Alta Idade Média em Portugal: as necrópoles dos séculos V a VIII, Dissertação de Doutoramento em Arqueologia apresentada à Faculdade de Letras da Universidade do Porto.

BUSTAMANTE ÁLVAREZ, M. (2011): La cerámica romana en Augusta Emerita en la época Altoimperial. Entre el consumo y la exportación, Mérida.

BUSTAMANTE ÁLVAREZ, M. (2012): “Las cerâmicas comunes altoimperiales de Augusta Emerita”, in BERNAL CASASOLA, D. & RIBERA I LACOMBA, A. (eds.), Cerámicas hispanorromanas II. Prodducciones regionales. Cádiz, 407-433.

BUSTAMANTE ÁLVAREZ, M. (2013): La terra sigillata hispânica en Augusta Emerita. Estudio tipocronológico a partir de los vertederos del subúrbio norte, Anejos de Archivo Español de Arqueología, Mérida, LXV.

CAEIRO, J. S. (1974-1977): “O espólio da Herdade do Reguengo, Vaiamonte”, O Arqueólogo Português (separata), s. III, vol.s VII-IX, 227-238.

CAEIRO, J. S. (1979): “O espólio arqueológico da Herdade do Reguengo (Vaiamonte). I. Materiais Dispersos”, Conímbriga (separata), XVIII, 113-120.

CALDEIRA, A. I. (2004): Alguns materiais arqueológicos romanos da Herdade do Reguengo (Vaiamonte, Monforte). Subsídios para a investigação, Relatório Final de Licenciatura em História – variante de Arqueologia, apresentado à Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, Lisboa [policopiado].

CARNEIRO, A. (2005): “Espólio da necrópole romana da Herdade dos Pocilgais (Fronteira). Uma leitura integrada”, O Arqueólogo Português, s. IV, 23, 283-320.

CARNEIRO, A. (2014): Lugares, tempos e pessoas. Povoamento rural no Alto Alentejo, Coimbra.https://digitalis.uc.pt/pt-pt/livro/lugares_tempos_e_pessoas_povoamento_rural_romano_no_alto_alentejo_vol_i

https://digitalis.uc.pt/pt-pt/livro/lugares_tempos_e_pessoas_povoamento_rural_romano_no_alto_alentejo_vol_ii

CARNEIRO, A. (2015): “Morre-se há muito tempo sobre a terra. Topografia funerária e sociedade no Alto Alentejo em época romana”, in Actas do II Congresso de Arqueologia de Transição: o mundo funerário, Évora, 125-139.

CRUZ, M. (2009): O vidro romano no Noroeste peninsular. Um olhar a partir de Bracara Augusta, Tese de Doutoramento em Arqueologia apresentada à Universidade do Minho, Instituto de Ciências Sociais, Braga. http://repositorium.sdum.uminho.pt/handle/1822/988

CRUZ, M. (2015): “Espólio funerário de Ammaia. Os vidros”, in QUARESMA, J. C. (coord.), Ad Aeternitatem. Os espólios funerários de Ammaia a partir da colecção Maçãs do Museu Nacional de Arqueologia. [s.l.], 169-226.

CUNHA, M. E. (2008): As necrópoles de Silveirona (Santo Estêvão, Estremoz). Do mundo funerário romano à Antiguidade Tardia, (Suplemento 4 de O Arqueólogo Português), Lisboa.

DAVIES, J. (1999): Death, burial and rebirth in the religions of Antiquity. London & New York.

DEUS, A. D.; LOURO, Pe. H. S.; VIANA, A. (1955): “Apontamento de estações romanas e visigóticas da região de Elvas (Portugal)”, in III Congreso Nacional de Arqueologia, Galicia, 1953 – (Actas), Zaragoza, 568-578.

DIAS, V. M. (2015): “A cerâmica comum das necrópoles de Ammaia”, In QUARESMA, J. C. (coord.), Ad Aeternitatem. Os espólio funerários de Ammaia a partir da colecção Maçãs do Museu Nacional de Arqueologia, [s.l.], 47-89.

ENCARNAÇÃO, J. d’ (1984): Inscrições romanas do Conventus Pacensis, Coimbra. = IRCP

FABIÃO, C. (1998): O mundo indígena e a sua romanização na área céltica do território hoje português, Dissertação de Doutoramento apresentada à Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, Lisboa [policopiado].

FRADE, H.; CAETANO, J. C. (1987): “A necrópole romana da Lage do Ouro (Aldeia da Mata, Crato) - Primeiros Resultados”, in AAVV, Primeiras Jornadas de Arqueologia do Nordeste Alentejano – Actas, Coimbra, 133-143.

FRADE, H.; CAETANO, J. C. (1993): “Ritos Funerários Romanos no Nordeste Alentejano”, in II Congresso Peninsular de História Antiga – Actas (Coimbra, 1990), Coimbra, 847-887.

FRADE, H.; CAETANO, J. C. (2004): “Ritos funerários romanos”, in MEDINA, J. (ed.), História de Portugal, Lisboa, vol. III, 143-159.

GONZÁLEZ VILLAESCUSA, R. (2001): El mundo funerário romano en el país valenciano. Monumentos funerários y sepulturas entre los siglos I a.C. – VII d. C., Madrid-Alicante.

HAYES, J. W. (1972): Late Roman pottery, London.

HELENO, M. (1951): “Arqueologia de Elvas, Notícia Preliminar”, O Arqueólogo Português (Separata), Lisboa, nova série, I, 83-100.

HENRIQUES, H. (2014):”Marginalidade e reeducação de menores em Portugal: a Colónia de Vila Fernando (1880-1940)”, Estudios Humanísticos. Historia, 13, 145-164.

ISINGS, C. (1957): Roman Glass from dated finds, Gronigen.

IZQUIERDO, P. (1996-1997): “Fluctuaciones económicas y cambios sociales en la protohistoria ibérica”, Arx, 2-3, 107-138.http://www.laiesken.net/arxjournal/pdf/izquierdo.pdf

JIMÉNEZ DÍEZ, A. (2006): "Contextos funerarios en la transición del mundo prerromano al romano en el sur peninsular", Anales de Arqueología Cordobesa, 17 (1), 67-98. https://journals.uco.es/anarcor/article/view/8181/7657

LOPES, L.; LOPES, J. CARRILHO; CABRAL, J. P.; SARANTOPOULOS, P. (2000): Caracterização petrográfica dos monumentos romanos de Évora, A Cidade de Évora (Separata), II série, n.º 4, 129-142.

http://home.uevora.pt/~lopes/Artigos/15.pdf

LUZÓN, J. M. (1967): “Lucernas mineras de Riotinto”, Archivo Español de Arqueologia, Madrid, 40, n.ºs 115 e 116, 138-150.

MAYET, F. (1984): Les céramiques sigillées hispaniques. Contribution à l’ histoire économique de la Péninsule Ibérique sous l’ Emprie Romain, Paris.

MÁRQUEZ PÉREZ, J. (1998): “Aportaciones al estudio del mundo funerario en Augusta Emerita”, Mérida. Excavaciones Arqueológicas. Memoria 4, 525-547.

MEZQUÍRIZ DE CATALAN, Mª A. (1985): “Terra Sigillata Ispanica”, in Atlante delle Forme Ceramiche. Enciclopedia Dell’arte Antica Clássica e Orientale, Roma, 2, 97-174.

MORENO ROMERO, L. E. (2006): “Manifestaciones funerarias de época altoimperial en Colonia Patricia”, Anales de Arqueología Cordobesa, 17 (1), 225-258. https://journals.uco.es/anarcor/article/view/8187/7663

MORILLO CERDÁN, A. (2015): “Lucernas romanas en Hispania: entre lo utilitario y lo simbólico”, in FERNÁNDEZ OCHOA, C.; MORILLO, A.; ZARZALEJOS PRIETO, M., Manual de cerámica romana II. Cerámicas romanas de época altoimperial en Hispania. Importación y producción, Alcalá de Henares, 321-428.

NOLEN, J. U. S. (1985): Cerâmica comum de necrópoles do Alto Alentejo, Lisboa.

NOLEN, J. U. S. (1995-1997): “Acerca da cronologia da cerâmica comum das necrópoles do Alto Alentejo: novos elementos”, O Arqueólogo Português, IV série, 13/15, 347-392.

OLEIRO, J. M. B. (1952): Catálogo de lucernas romanas, Coimbra.

OSWALD, F. (1931; 19642): Index of potter’s stamps on terra sigillata “samian ware”, London.

PIRES, A. T. (1901): “Catalogo do Museu Archeologico de Elvas”, O Archeologo Português, VI, 209-236.

POLAK, M. (2000): South Gaulish Terra Sigillata with Potters’stamps from Vechten, Nijmegen.

PONTE, S. (2006): Corpus signorum das fíbulas proto-históricas e romanas de Portugal, Casal de Cambra.

RIPOLL LÓPEZ, G. (1998): Toréutica de la Bética (siglos VI y VII d.C.), Barcelona.

RODRÍGUEZ MARTÍN, F. G. (2002): Lucernas romanas del Museo Nacional de Arte Romano. Monografias Emeritenses 7, Madrid.

RODRÍGUEZ MARTÍN, F. G. (2005): Lucernas – Antigüedades Romanas 2, Madrid.

RODRÍGUEZ SÁNCHEZ, Mª C. (2006): “El poblamiento del ager cordubensis y las necrópolis rurales”, Anales de Arquelogía Cordobesa, 17 (1), 325-352.

https://journals.uco.es/anarcor/article/view/8191/7667

SÁNCHEZ BARRERO, P. D. (2000): “Territorio y sociedad en Augusta Emerita”, in GORGES, J.-G.; NOGALES BASARRATE, T., Sociedad y Cultura en Lusitania Romana, IV Mesa Internacional, Mérida, 203-228.

SÁNCHEZ SÁNCHEZ, Mª A. (1992): Cerámica común romana de Mérida: estudio preliminar, Cáceres.

STROSZECK, J. (2012): “Grave gifts in child burials in the Athenian Kerameikos: the evidence of sea shells”, in HERMARY, A.; DUBOIS, C. (eds.), L’Enfant et la Morte dans L’Antiquité. III. Matériel Associé aux Tombes d’Enfants. Actes de la table ronde internationale organisée à la Maison méditerranéenne des sciences de l’homme (MMSH) d’Aix-en-Provence, 20-22 janvier 2011. Paris/ Aix-la-Provence, 57-75.

TEICHNER, F. (2017): “Loci Sepulcri in Agro – “La Evidencia del Proyecto Vrb””, in HIDALGO PRIETO, R. (coord.), Las Villas Romanas de La Bética, Sevilla, I, 551-574.

SAMI, D. (2010): “Changing Beliefs: The Transition from Pagan to Christian Town in Late Antique Sicily”, in SAMI, D.; SPEDD, G., Debating urbanismo. Within and Beyond the Walls. A.D. 300 – 700, Leicester, 213-237.

VAQUERIZO GIL, D. (2001): Funus Cordubensium. Costumbres funerarias en la Cordoba romana, Córdoba.

VAQUERIZO GIL, D. (2002): Espacios y usos funerarios en el Occidente romano - Actas del Congreso Internacional celebrado en la Facultad de Filosofía y Letras de la Universidad de Córdoba (5-9 junio 2001), Córdoba.

VAQUERIZO GIL, D. (2010): Necrópolis urbanas en Baetica, Sevilla.

VAQUERIZO GIL, D. (2015): Escatología y miedo a los muertos en el mundo romano, Discurso de ingreso a la Academia Andaluza de la Historia, Córdoba - 21 de Febrero de 2015, Córdoba.

VAQUERIZO GIL, D.; VARGAS, S. (2001): “Tipología y evolución de los ajuares”, in VAQUERIZO GIL, D.: Funus Cordubensium. Costumbres funerarias en la Cordoba romana, Córdoba, 158-161.

VIANA, A. (1950): “Contribuição para a arqueologia dos arredores de Elvas”, Trabalhos de Antropologia e Etnologia, Porto, 12 (3-4), 289-322.

VIEGAS, C. (2003): A terra sigillata da Alcáçova de Santarém (Cerâmica, economia e comércio). Trabalhos de Arqueologia 26, Lisboa.

VIEGAS, J. R.; NOLEN, J. U. S.; DIAS, Mª F. (1981): “A necrópole de Santo André”, Conímbriga, XX, 5-180.

WALTERS, H. B. (1914): Catalogue of the Greek and Roman Lamps in the British Museum, London.

ZARZALEJOS PRIETO, Mª; JARAMILLO FERNÁNDEZ, I. (2015) – “La llamada “terra sigillata” hispánica brillante (TSHB). Algunas reflexiones para una revision terminological y conceptual”, in FERNÁNDEZ OCHOA, C.; MORILLO CERDÁN, A.; ZARZALEJOS PRIETO, Mª, Manual de cerámica romana, II: cerámicas romanas de época altoimperial en Hispania: importación y producción, Madrid, 493-533.

Téléchargements

Publiée

2019-01-11

Comment citer

Silva Rolo, M. (2019). Um retrato do mundo funerário romano no Nordeste Alentejano (Portugal) à luz do contributo de Abel Viana e António Dias de Deus. Anales De Arquelogía Cordobesa, 29, 199–226. https://doi.org/10.21071/aac.v29i0.10993

Numéro

Rubrique

Artículos